Encontro das partes interessadas para discutir as barreiras e medidas de suporte

Com intuito de discutir as barreiras para a adoção ao mercado de aquecimento solar industrial e as oportunidades para aumenta-lo, os parceiros do projeto Solar Payback no Brasil convidaram representantes de associações industriais, universidades, ministérios do governo, bancos de desenvolvimento e do setor solar térmico para a Capital, Brasília, no dia 23 de maio. “O que está faltando para promover a adesão do aquecimento solar na indústria? ” Foi uma das principais questões levantadas durante a oficina, que durou meio dia, organizada pela ABRASOL (Associação Brasileira de Energia Solar Térmica) e pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (GCCI).

Apesar do alto potencial para o uso das tecnologias de aquecimento solar térmico no Brasil, foram poucos os esforços para construir sistemas para clientes industriais. “Atualmente, a tecnologia solar térmica é usada na indústria brasileira, principalmente, para aquecer vestiários e refeitórios”, disse a professora Elizabeth Duarte Pereira, que trabalha na Universidade de Belo Horizonte, e pediu uma estratégia dedicada a estimular o interesse nas aplicações de aquecimento solar térmico nas indústrias. Ela também criticou o foco no setor de energia elétrica quando se trata de medidas de promoção da eficiência energética. Além disso, as pequenas e médias empresas (PMEs), a espinha dorsal do setor industrial do país, acham dificuldades para obter financiamento de programas governamentais e bancos de desenvolvimento.

“Nós precisamos de linhas de financiamento que incluam tecnologias de aquecimento solar térmica para processos industriais e que mirem nas PMEs”, disse Rafael Campos, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica – ABRASOL, um dos parceiros para o Projeto Solar Payback.

Resultados da discussão durante o encontro com as partes interessadas. Fonte: GCCI

Os participantes apoiaram a recomendação feita no estudo “Aquecimento Solar para Industria” para estabelecer um programa de eficiência de aquecimento semelhante ao do Programa de Eficiência Energética (PEE), estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica no setor elétrico. O regime, que seria administrado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, foi pensado para ser uma ferramenta eficaz para estimular o mercado de Aquecimento Solar Térmico para Processos Industriais. No setor elétrico, o PEE estipula que os fornecedores de eletricidade devem investir 0,5% de seu faturamento líquido em medidas de eficiência energética. Em conformidade, os fornecedores de combustíveis fósseis poderiam ser obrigados a financiar um programa de eficiência de calor.

Os participantes também concordaram que é necessário um esforço considerável para transmitir os benefícios das tecnologias SHIP aos clientes em potencial na indústria, já que a maioria das empresas de bebidas, alimentos, couro e têxteis ainda não foram suficientemente informadas sobre as opções de uso de energia solar térmica em suas produções. O próximo item da agenda do projeto Solar Payback, é a conferência gratuita, a ser realizada em português, durante a Intersolar South America, onde espera-se corrigir a situação.

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