“Maior desafio do SHIP é a viabilidade económica”

Com o objetivo de fomentar a conscientização acerca do grande potencial para uso da energia heliotérmica para calor de processo no Brasil, os parceiros brasileiros do projeto Solar Payback organizaram o webinário Energia Solar para Calor de Processos Industriais, que aconteceu no dia 25 de março de 2019. O evento, hospedado pela Lambda Consultoria, foi mediado por Carlos Artur Alencar, vice presidente de tecnologia e meio ambiente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (ABRASOL).

Os maiores potenciais para aplicação de SHIP no Brasil se encontram nas indústrias química, têxtil, alimentícia e farmacêutica. Para representar parte desses setores, foram convidadas para o evento a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que apresentaram suas atividades com foco no tema da sustentabilidade.

O projeto Solar PayBack foi apresentado por Natasha Costa, em nome da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK). Em sua apresentação, Costa mostrou o grande potencial de aproveitamento de energia que o setor industrial representa. Coube à Elizabeth Pereira, eminente pesquisadora de energia termossolar, abordar as aplicações e suas tecnologias para baixas temperaturas. Irapuã Ribeiro, representante da Industrial Solar GmbH – empresa alemã especialista em sistemas termossolares para a indústria -, apresentou as soluções tecnológicas no caso de aplicações para médias temperaturas. Está disponível a apresentação para download abaixo.

Ao final do webinário foi aberta uma sessão de perguntas, em que foi possível observar o grande interesse dos envolvidos nas possibilidades que o SHIP apresenta. A plateia, que contava com 164 inscritos, foi composta por projetistas, acadêmicos, empresários e profissionais do setor industrial e de aquecimento solar.

José Vitor Mamede, diretor executivo da ABRASOL, foi um dos integrantes da plateia. Mesmo já familiarizado com o mercado e tecnologias de aquecimento solar, considerou o conteúdo do webinário muito importante para seu próprio aprendizado. Mamede reforça a necessidade de se realizar outros trabalhos desse tipo para que haja maior conscientização de profissionais de setores industriais. Sugere, ainda, que sejam feitos trabalhos individualizados, eventos específicos para diferentes setores da indústria.

Outro integrante da plateia foi Luciano Torres, diretor técnico da Resolver Engenharia e consultor do Solar PayBack. De acordo com ele, eventos como o webinário são importantes para incentivar a melhoria da capacitação de profissionais do setor no Brasil. Além disso, Torres entende que a conscientização sobre o assunto é necessária, também, para incentivar empresários a aplicarem a tecnologia. “O empresário brasileiro tem receio de investir em tecnologias com taxa de retorno de mais de dois anos, como é o caso do SHIP. Esse é um dos motivos para que não existam linhas de financiamento adequados para esse negócio no Brasil”, diz Torres.

Elizabeth Pereira acredita que o trabalho de conscientização feito pelo Solar PayBack, ainda que muito importante, não seja o suficiente. “Nosso maior desafio atual envolve a viabilização econômica. Precisamos de uma política do governo que incentive o mercado de aquecimento solar, não apenas o de energia fotovoltaica. Ainda assim, o tema está gerando cada vez mais interesse, o que é sempre positivo”, diz Pereira.

Aapresentação para download aqui:
Apresentação_ABRASOL_Webinário_Solar Payback
Apresentação_AHK _Webinário_Solar Payback
Apresentação_BethDuarte_Webinário_Solar Payback
Apresentação_Irapua_Webinário_Solar Payback

Organizações mencionadas no artigo:
https://www.solar-payback.com
https://www.international-climate-initiative.com/en/
https://www.abrasol.org.br
https://www.abiquim.org.br
http://www.abit.org.br
https://www.ahk.de/en/
https://www.industrial-solar.de
http://www.resolver.com.br

 

 

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