“SHIP possibilita que indústrias aumentem a competitividade”

A oferta de soluções de energia solar para clientes industriais é o público alvo da start-up brasileira Solexor. A empresa foi fundada em 2015 pelo engenheiro mecânico Lester Izaac e está situada em Brasília. Solexor conta com uma estrutra enxuta, trabalhando com parceiros nacionais e internacionais, entre eles a TVP-Solar, fabricante suíça de coletores planos industriais à vácuo.

Solarthermalworld.org: O que te levou a fundar a Solexor?

Lester Izaac: Desde 1999, trabalhei com eficiência energética ligada a instalações HVAC em prédios comerciais e públicos. Participei de projetos, instalações e O&M, visando aumentar a eficiência dos sistemas, que eram responsáveis por 60% da energia consumida no edifício. Em 2000, participei de um estudo para trazer uma central solar de ar condicionado ao aeroporto de Brasília, antes da privatização. Esse foi meu primeiro contato efetivo com tecnologias solares.
Na sequência, minha rede de contatos internacionais cresceu e pude participar de projetos e discussões na área fotovoltaica e termossolar, enquanto intensificava parcerias para o desenvolvimento de novas tecnologias. A Solexor foi fundada em 2015 após várias conversas com desenvolvedores e parceiros fora do Brasil

Solarthermalworld.org: Por que a Solexor oferece serviços relacionados a SHIP?

Izaac: O preço do combustível vem sofrendo reajustes muito acima da inflação. Com SHIP, podemos ajudar as indústrias a reduzirem a dependência e utilização de combustíveis fósseis. Com a oferta de linhas de financiamento a juros baixos, como o “Desenvolve São Paulo”, a economia de combustíveis torna o projeto financeiramente viável. SHIP é uma tecnologia que independe de subsídios criados por agências reguladoras, leis estaduais ou federais. Portanto, não está vulnerável a alterações legislativas e tributárias, como as fontes de energia elétrica.
O objetivo da Solexor é trazer conceitos, tecnologias, e qualidade de serviços singulares para o setor industrial. A empresa foi fundada no ápice da crise econômica-política, de propósito, o que nos permitiu fazer uma pesquisa de mercado na área industrial, identificando nichos e oportunidades para ajudar as empresas brasileiras a se tornarem mais competitivas e ambientalmente corretas.

Solarthermalworld.org: Qual o posicionamento da Solexor a respeito do mercado em potencial de SHIP?

Izaac: Existem alguns nichos industriais, como o farmacêutico, químico e de bebidas, que podem ser extremamente beneficiados com a utilização de SHIP em seus processos. Temos a tecnologia e o conhecimento para isso. E, agora, também temos viabilidade econômica. Se a indústria utiliza de combustíveis fósseis ou eletricidade para gerar calor para seus processos e possui acesso a taxas de financiamento a juros baixos, é quase certo que temos como ajudar a reduzir seus custos e aumentar seus índices de sustentabilidade. Isso também favorece empresas atreladas a índices como o Dow Jones Sustainability Index.
Entretanto, é importante promover uma quebra de paradigma e esclarecer para os clientes que a tecnologia SHIP é um investimento de médio-longo prazo. É necessário explicar para as indústrias que eles não estão apenas investindo em um equipamento, mas estão comprando uma “máquina de produzir combustível”, que produzirá “combustível” pelos próximos 25 anos, pelo menos. É uma forma mais simples de assimilar a ideia.

Solarthermalworld.org: Mas tecnologias fotovoltaicas estão cada vez mais populares entre os consumidores finais no Brasil.

Izaac: É verdade. Muito se fala em economia de energia e redução das emissões utilizando tecnologias fotovoltaicas. De fato, existem maneiras de se beneficiar com essas tecnologias, mas a opção principal e mais rentável é, com certeza, com o uso de tecnologias termossolares. De todo modo, existem algumas questões com o uso de fotovoltaica em industrias, porque:

  • 80% da energia consumida no setor industrial é de origem térmica, e não elétrica
  • a principal matriz energética no Brasil já é limpa, logo, as emissões evitadas não são tão grandes com a adoção de uma matriz solar ou eólica
  • a energia elétrica comprada pela indústria é relativamente barata, e o retorno do investimento utilizando uma matriz solar ou eólica é pouco atrativa
  • uma parcela significativa das indústrias utiliza combustíveis fósseis para gerar calor de processo, o que custa caro e sofre uma variação de preço imprevisível, muito acima da inflação.

Para mais informações: http://www.solexor.com.br/

 

 

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